
sábado, 16 de agosto de 2008
EU FAÇO CHOVER CÃES NO CÉU DE ABRIL

Corpo pleno de estações,
planura em incorporações,
sinto no vago uma determinação acústica:
cavalos alados que não obraram dentes,
pelegos ausentes de reuniões aduncas.
Carrego matilhas em cães de sono,
Que me norteiam meu abandono e os guarda-chuvas.
Estou transitando no centro da venança,
que nasce da borrasca virtuosa de frio de hoje.
Da plena mocidade que costumo contar.
Estou cantando o rumor de meses,
na questão dúbia do final dos dias,
na sedição cruenta da cruzmaltina,
na amplidão comprida dos assassinos vezes.
Estou falhando o rumor de anos.
No quadrante da lua sei correr do fogo,
onde as mostras pesam como casulos ombros,
que anunciavam os meus treze patrões caolhos.
No lago, embora desmanchem,
nas mesmíssimas estações das chuvas,
dos cachorros voando no fundo dos obesos.
IMPRESSÃO 1
SEGREDOS
O tesouro roubado para os lábios. O tesouro carregado pelos erros. Pelas terras que necessitam mapas. Terras que arredondam os pórticos dos estabelecimentos. Viu? Ouça a chave.
Devagar as cabeças puseram – se apensar. Guardar e não guardar. Tesouro dos raios do sol.
Mil anos e o segredo sabe – se saber...
Navegar é promissor. Ainda mais quando os ossos guardam segredos que a carne oferece em calor. Nas feiras dos pesadelos. Nas aberturas dos poros. Aporia. Falto de éticas. Ninguém sabe, ao menos, socorrer estes barbudos sons que se esqueceram e por isso são crianças estes pesadelos.
OUTROS OLHOS
O meu material do blog
AMORE
Eu a amava, mamava, debutava, sorria, descarava, socava, roubava, dormia, matava, sonava, mentia, morria e voltava. Poesia.
Ela esperava deitada. Eu estava nu, comia bolachas de champagne, sorria das flores. Estava meio bobo, com asas novas...Entre nós uma vida. Borboleta de bordoadas. Variadas mortes. Nuvens de algodão, servindo – nos. Depois, depois, depois.
Voltava à terra e nascia um labrador, e chafurdava a lama, na sua cor de terra original e espumas híbridas Para sorrir um verme, meu amor de ventos. No céu de Camões e as estrelas que nos vestiam de blues. Um dia em que vivíamos na cruz. Que não sabia onde terminar, se no começo ou no fim das luzes desertas. Estrelas das pernas intocadas, músicas e sons do mar. Sons altos de oboés e dias inúteis de tons vermelhos: vermelho fogo, vermelho - chama, vermelho - frio, vermelho - canção, vermelho resina de dragão nas vestes flamantes...
SURPRESA
EU TENHO UMA MISSÃO

Roubar eis a minha missão: roubar
Roubar e roubar e somente roubar
Até navegar no roubo e sair enxuto na outra margem
Pescando azias e má- digestão
corroendo patos e discos voadores
Sorri com a minha intenção de me manter opaco
E resoluto por ser uma cara compacto e transverso- absurdo e obtuso
Do que se refere a ética ou moral feéricas
Para além de todo bem e do mal
Irrito – me com os que pensam que não faço licitações
Acolho-me no meu semelhante que me paga dourado
Só faço da minha casa casa de obrigações
Um asno bate à porta e peço que entre calado pelo portão
A MÚSICA DO SETOR NORTE

As distâncias cavaram cavalos
E floriram lírios acesos na lupa de um cientista.
Este calava e fazia calar porque sabia
No mar haviam frios impactos absortos
Desmascararam as pernas e correram a corrida do final de ano.
Um ano novo começava na lâmina dos desterrados
Para dar à vida sossego e a calma,
De desaguar em cima dos pés velozes.
Cavalos e cientistas conferiram- me feridas incuráveis
Com sons de novos pratos e velhos saudosistas.
PRELÚDIO

A cidade em cinzas contém sua ira divina. Ira de cinzas
Em que torna a armadilha.
Sob que lacre entremeia um pires com Camargos em hospitais lisérgicos.
Ou que reentrância navegam dentes na moita de eras verdes?
Sou o caldo empapuçado na penumbra da noite.
Onde escondo meus cavalos da chuva. Nos montes
Urais de minha pequena Atibaia - a dos cristais. De quartzo, ou quintzo...
Água que mente. Verde que desbota. Cume sem dentes,
Cem notas na noite. Atibaia, minha palavra que demora
Um pouco a fazer qualquer flauta...
Pura puta que se entregava nos bailes e nas formas.
Alheias ao desgaste público,
Publica sua púbis - amêndoa nos horizontes da big - litle city.
Enevoados modelos sem espermas, sem doeiras, sem engenhos, sem eras.
Atibaia, minha cidade, onde te esperas?
Além dos ratos de campana, onde assistes?
Onde resistes em ser uma mulher de boa índole.
Caterva de mãos apalpando um leão sem dentes?
Túmulos entre um olho escuro
Na força de viver
a brevidade acompanha-o.
Sem saber
que uma bomba acontece
no seu outro eulálio- sortilégio-
corre
para nascer,
outra vez, sem
saber
e sem rumo...
a brevidade acompanha-o.
Sem saber
que uma bomba acontece
no seu outro eulálio- sortilégio-
corre
para nascer,
outra vez, sem
saber
e sem rumo...
No centro do mundo- absurdo que Freud requisitou-me num sonho
Estou parado
no centro de um mundo;
estou mudo e minhas mão avultam pesares.
Sou, além de ser, e estou no universo
de entranhas sempre estranhas
por não saber.
Concluo mais sorrindo
das indicações de minha mãe
que nunca se chamará Antônia.
Nem meu pai, perfeito,
será eleito
nas campanhas de dentifrícios...
Estranho é o vidro apalpando o microondas
sem pêlos.
Mas com os meus dentes,
roubando a paz
dos pedreiros
no centro de um mundo;
estou mudo e minhas mão avultam pesares.
Sou, além de ser, e estou no universo
de entranhas sempre estranhas
por não saber.
Concluo mais sorrindo
das indicações de minha mãe
que nunca se chamará Antônia.
Nem meu pai, perfeito,
será eleito
nas campanhas de dentifrícios...
Estranho é o vidro apalpando o microondas
sem pêlos.
Mas com os meus dentes,
roubando a paz
dos pedreiros
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