sábado, 18 de abril de 2009

OS OLHOS OU A FILOSOFIA

Na cabeça entre as mãos flutuavam olhos;
mostradores de pressão suportavam olhos;
a putrefação pariu numa rua de ameixeiras,
de verde só tinha a mão caolha e detida.

No outro lado doze moças colhiam panos longos,
queriam exterminar a relva o fungo e a rede,
que permitia narizes fortes soarem fumo.

( E lá no meio do mar uma esponja confabula
o fim da raça e caliça dos homens misturados
ainda irradiam conclusões de formas abismais)

(Os animais se encostam na rede de varandas
onde um ocidente dá espasmos a um oriente
e nasce entre uma cova o repensar de Eros)

Os tais sabiam navegar em mar do que
retiravam –se no meio das trevas,
e os cágados dançavam numa noite enjaulada.

Os escravos lançavam as sementes das eras
e um forte jovem encantava-se em dormir
justo na hora de partir no velocino
o que foi veloz acabou na sombra caetana

e um mago era tudo o mais do que tudo,
de ouvir passar o óculos diurno na estante
onde de vagar se construíam paredes.

Outro dia sentado no mundo estava
navegando no estreito mar de suas pernas
minha língua de sal atacando os peixes.

O sono dormiu entrando em desespero
rútilo sono da morte e do travesseiro,
ou ainda mais o cágado não fez ao nome
e ao cagar amou com rosas o que seu cu deixou...

Súbito, me valeram trinta e três esperanças
e uma insônia que me valeu umas britadas,
cursando cinema, na faculdade livre de música,

onde só os ricos são gênios se não têm valor,
súbit,o do rádio e seu orifício dos mesmos,
se elevam como o elefante que se mete em loja.

No centro do fio da voz masculina inverte
o zoar de um dia inteiro pacificador,
todas as formas de amor são higiênicas.

Menos aquelas que fazem amor como nos
eus sozinhos posso nascer redonda da rés
de uma ninhada de cães todos andores.

Tinha na minha noite ainda por nascer
o mínimo horizonte, quebrado e inaugurado
dos seus quatro lados de uniformes vermelhos...

Situavam – se os discos feitos de câncer
a rima que terminava minada do fim
( mesmo eu não querendo a sorte de um fim)

desmaiei por fim no começo de verso
e por outros tantos diversos posso
possuir as gemas caras de um jovem turbante;

ou um calo da calçada um elefante do fim,
ainda mais esquentado de baianas municipais
vozes que percorrem o peito de concorrer

ao prêmio por levar todos os que sabem
bem longe, do que conheço e espalho,
já que Jesus é aquele meu atalho.

Meu abraço eu recorro, nasceu como homem
eu refaço renovo o compasso em meteoros,
em jardins que escondem um natimorto
que se situa entre o sexo e a fome.

Entre a herança de quem nasceu como homem
e se desperdiçou numa mão de sangue
- mão aurícula que nega o que é a bomba...

E se naufragar nas ondas da dúvida constante
poderia ser católico, ortodoxo grego. O asfalto
me consola a posta mão do que vejo e ignoro.

A face dormida de uma deusa de amor comestível,
eu carnívoro tenho que ser dado ao mais verde,
o partido que entranha o céu e cobre as éguas,

em motéis próximos a todas as estranhas terras,
em aduanas em um país que lê força de terra
e enquanto isso no alto da janela matam:

um quilo de fome com a cruz no peito e forte
odor de cavalos cavalgando cágados e desodorantes,
flúor de um dente que se esperava melhor

se perdendo sem se ler os avisos que nada,
nada, por se fazer, ao derredor só se viu comedores
de batatas e o verso cento e oitenta presos.

Na janela como o ar é a força estranha,
como um chalé à beira de um regato único
admirável minto a todo em qualquer instante.

Nesta chance de aparecer coberto de heras,
Senão, sendo muro por onde todo mundo encontra
a foz da vida calcada no moinho.

Como um sorriso do músculo fala e também aprende
a manejar o sorriso quase um forte e seguro ente,
que naufraga ao se parir na vida a regra.

De nunca canoa sorrir sem ser demente,
ou seja o vício de assistir as mensagens quentes
das negras escoriadas no puro verbo,
que mente todos os verbos que mentem, matam,

Com a razão do julgamento sumário de uma televisão
esta que de presente é uma aberração,
ou seja, um cogito um novo latim do meio.

A mensagem fica no meio, ou a mensagem é o meio;
não farei mais isso neste texto que me obriga
a caminhar tenso com dó da barriga imensa,

que me nasceu dum canto de água castanha,
e vidas oclusas no sim do nada,
poesia se é estranha é sempre rabada.

Onde a fome que percorre a vida das palavras
é igual estes nossos dedos amaciando o que comer,
ou seja, a fome é que deságua no Novo de novo.

A fome que dá de comer, este polvo que escapa,
Gelatinoso, de entranhas verdes e nesta
é a fome que deságua de novo a fome exata.

A briga infrutífera de um homem no polvo
palerma é a voz que teima no mecânico,
retomar o mundo percorrido com puro azeite
com o ante o esperado fim do dia e da chuva

que menti com aquelas doze raparigas no espelho,
contente por ter sempre a nua cor dos pêlos
dos fundos dos dedos fórceps ecologicamente nus

dos coitos dos cervos e dos servos de gleba,
as doze meninas evocam as eras e as sedes,
e eu seco transmito amores nas batalhas.

Mas no meu cerne a visão continua na imagem
que faço nestas letras concorrentes à vida,
ao orgasmo, à fome, à morte à compaixão, à

sorte imensa de não saber ainda o que seja
a vida nesta noite já brilhando por último,
anuncio com a aparelhagem desligada eu que falo
ou denuncio a extrema repercussão de escrever.

A loucura dos que sorriem sem sentir palavras;
polvo espelho água desespero lepra sons, fome
de um homenzinho verde não dessa terra.

Mas de alguma que entendeu a chama viva na parede,
e se despiu do manto calado dos errados,
e veio acorrentar-me como a alguém com o fígado
trespassado por uma novela inútil mas influente.

Como um polvo sem mais qualquer trocadilho
ou Ílio sem Homero- cem homem acesos na casta
de uma sombra dente e argêntea cidade.

Desesperado sem causa, cem calças ao vento
que me permitia enrolar os dentro e foras
de um mago gordo que se serviu do enriquecimento.

Para vazar ferimentos cortantes e centrípetos
no último dia da janela de trás dos montes,
para desnascer um móvel novo: como flutuante
árvores de esforços fulgurantes e de ontem.