sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

PENSAMENTOS PENSÁTEIS




Há poetas e poetas: alguns que vivem da sua própria poesia; a maioria que vive com a poesia dos outros.

Entender a poesia? Prefiro não entendê-la mas voar com ela.

As palavras buscam meu corpo. Bailo com ela. A música é a respiração das palavras em minhas vidas. Vidas, sim, no plural. O seu ritmo o meu corpo pressente e calcula o passo, por vezes desnorteado, por vezes como uma solução matemática, só que sob o fundo espesso da loucura e do ilogismo.

Não me curvo à crítica, nem ao elogio. Quero me curvar à honestidade de ter feito algo que me agrade. E que se porventura agradar os outros, me alegra, mas não me influencia.

Um poeta me ligou chorando. Perguntei-lhe preocupado se alguém em sua casa estava doente ou tinha falecido. Pior, ele disse, não recebi convite nenhum para participar de uma apresentação, um sarau sequer, organizado por X. Para alguns as prioridades estão invertidas. Tristemente invertidas.

A tristeza é forma mais especial para gerarmos filhos alegres.
  
Tem pessoas que passam a vida querendo pôr a palavra certa e de efeito na hora certa. Eu não espero a palavra, a certeza, nem o tempo. Porém tudo  acontece perfeitamente. Como deve acontecer quando improvisamos   e a vida se apresenta como deve ser.

O joguinho social morre quando não existe pelo menos um jogador.

Querer agradar os outros é um erro. Melhor o silêncio. Melhor a ausência que  a presença mecânica e palavras sem efeito.