quinta-feira, 15 de outubro de 2009

CATIVO

O LUAR TACITURNO
PRESO ÀS ESTRELAS
CATIVOU OS COMETAS
PRESOS NO MEU MUNDO

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O Iluminado

A PALAVRA

Para a palavra ser bem escavada
não se pode apenas esperar o dado
no desígnio aleatório da jogada.

Como touro no trabalho dos dias
ferido de ferro a palavra é faca
que desfaz antigas missões já concluídas.

É falar deste cão irritante que escapa,
no encanto elíptico da palavra,
não nos omitindo mas presentes.

Em cada azul dentro dos céus que chama,
fixa conquista dos significados:- Ata
este labor sobre a terra transparente.

EU-PROFESSOR

Divirto-me muito com meus alunos. Não sei de onde me vem a energia, mesmo em dias amargos, de me contentar-me com o brilho de olhos dos meus pupilos.

Não é de se estranhar que gente que não gosta de gente se dê mal no magistério. Nem que os alunos reconhecem quando, olhando para eles, não há ressonâncias naquele que deveria ser chamado de mestre.

Maestro rege a batuta. O professor provoca revoluções em capítulos. Uma novela da vida real. Um após o outro é capturado pelas antenas agudas do professor que visa o centro da discussão- o que nos fará melhores homens e mulheres. E a sua matéria é um subterfúgio para diagnóstico e saudável remédio para eles.

Eles nunca imaginação que daqui há vinte anos poderão dizer: “É, meu professor disse exatamente isso. Ele foi no ponto...”.

No ponto fulcral. Se a arte para alguns é terapêutica, para mim ela é, também.E a educação, também. Recompensadora. Causa o estranhamento necessário quando o que é verdadeiro não está no centro das discussões. Mesmo aparentemente sempre estará.

Exemplos de conduta exemplares? Tem o professor, mestre Rubem Alves, que não se cansa de se maravilhar com a vida. E com as pessoas. Mesmo que você não goste ou melhor, seja inibido, é fato que uma classe em seu burburinho habita o espírito do que nunca viram antes. Sua experiência, sua conduta. Mais vale um professor limitado, mas com uma correta conduta do que um malabarista sem ética e muito blablabla...

Porque estamos cheios desses que pregam às multidões sempre pensando no seu próprio lucro. Mensagens vazias de conteúdo. E que, infelizmente, levam muitos a acreditar neles...Ou não: levam ao niilismo completo que é pior do que tudo. A crença que não há remédio erige o que podemos dizer de ênfase no suicídio. No caso da educação, o abandono, a morte intelectual, e o intransponível efeito cascata sobre todos, em não querer ver mais nada de saudável que exista. Seja dentro das classes. Seja por dentro da política, ou da sociedade...

domingo, 11 de outubro de 2009

IGOR E IVAN SPACEK E FLÁVIO PILLEGI REPRESENTAM ATIBAIA NA FINAL DO MAPA CULTURAL PAULISTA

Uma noite memorável para Atibaia,ontem em Araras, interior de SãoPaulo: três artistas atibaienses representarão a cidade no Mapa Cultural Paulista o ano que vem.
Igor e Ivan Spacek com quadros feitos de MDF recortados e colados acentuando os relevos e as cores fortes. E Flávio Pillegi com fotos que realçam o cotidiano com olhos sensíveis.

Estes artistas irão apresentar seus trabalhos na fase final do Mapa o ano que vem e poderão estar entre aqueles que serão premiados, inclusive, com dinheiro.

O encontro regional aconteceu em Araras, numa bela localidade, antiga estação ferroviária. Os jurados, um crítico de arte e dois artistas plásticos, explicaram os métodos de leitura das obras em exposição. Valorizando o sistema estético e notificando os presentes da maneira como foram escolhidas as obras.

Depois do coquetel fomos à exposição. Particularmente as obras estavam num desnível claro. Peças de escultura desarmônicas com quadros da Santa Ceia, cópias de Da Vinci, mas com um caráter de cópia pura e simplesmente. Cabeças de cavalo, paisagem sem motivação, etc

Talvez de tudo o que se viu foram os três trabalhos de Igor e Ivan, onde o coração de Maria é caricaturizado, correspondendo e três quadros e três mulheres nas quais o sensualismo se apresenta e recobre as figuras. É uma ótima e oportuna maneira de ver como partes de MDF foram compostas quase tridimensionalmente, para dar às obras um encanto particular de críticas aos costumes femininos de agora.


OBRAS INCOMPREENDIDAS

Os trabalhos meus versando sobre temas que envolvem uma estrutura e a junção de técnicas não agradou os críticos. Não posso deixar de dizer que a junção de técnicas e linguagens,colagem/grafismo/ massas de cor poderia ser melhor compreendida
se se visse o exercício lúdico que acompanha minhas obras.

Acho que os quadros não foram entendidos. Beirando a caricatura, procurei imprimir neles uma linguagem de cartum, estabelecendo não situações estanques, e sim, uma linguagem que se tornasse unívoca e universal.

Os títulos dos quadros permitem uma série de ocorrências: 4., 6., 8. brinquei com a importância de entitular os quadros. Numa situação de abertura para muitas verificações do que poderia representar.

Como pode se supor a parte principal dos quadros se porta com obra aberta. A dificuldade de não se manter com os pés racionalmente no chão produziu a falta de capacidade de elucidação. Não diria que foi deficiência desse que vos escreve,mas virtude. De poder sonhar com a obra e estabelecer parâmetros para que o se conseguisse algo novo.