terça-feira, 13 de outubro de 2009

EU-PROFESSOR

Divirto-me muito com meus alunos. Não sei de onde me vem a energia, mesmo em dias amargos, de me contentar-me com o brilho de olhos dos meus pupilos.

Não é de se estranhar que gente que não gosta de gente se dê mal no magistério. Nem que os alunos reconhecem quando, olhando para eles, não há ressonâncias naquele que deveria ser chamado de mestre.

Maestro rege a batuta. O professor provoca revoluções em capítulos. Uma novela da vida real. Um após o outro é capturado pelas antenas agudas do professor que visa o centro da discussão- o que nos fará melhores homens e mulheres. E a sua matéria é um subterfúgio para diagnóstico e saudável remédio para eles.

Eles nunca imaginação que daqui há vinte anos poderão dizer: “É, meu professor disse exatamente isso. Ele foi no ponto...”.

No ponto fulcral. Se a arte para alguns é terapêutica, para mim ela é, também.E a educação, também. Recompensadora. Causa o estranhamento necessário quando o que é verdadeiro não está no centro das discussões. Mesmo aparentemente sempre estará.

Exemplos de conduta exemplares? Tem o professor, mestre Rubem Alves, que não se cansa de se maravilhar com a vida. E com as pessoas. Mesmo que você não goste ou melhor, seja inibido, é fato que uma classe em seu burburinho habita o espírito do que nunca viram antes. Sua experiência, sua conduta. Mais vale um professor limitado, mas com uma correta conduta do que um malabarista sem ética e muito blablabla...

Porque estamos cheios desses que pregam às multidões sempre pensando no seu próprio lucro. Mensagens vazias de conteúdo. E que, infelizmente, levam muitos a acreditar neles...Ou não: levam ao niilismo completo que é pior do que tudo. A crença que não há remédio erige o que podemos dizer de ênfase no suicídio. No caso da educação, o abandono, a morte intelectual, e o intransponível efeito cascata sobre todos, em não querer ver mais nada de saudável que exista. Seja dentro das classes. Seja por dentro da política, ou da sociedade...

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