sábado, 30 de agosto de 2008

Para Amne

Te agouro, amiga
no céus iracundo
mas em repouso

ouso roubar dos jardins a bela rosa

para te encontrar na outra fonte
no rio do poema,ou da poesia
que desfaz
o registro dos
olhos que voam

na noite
infinita

Nestor Lampros

ATIBAIA E SEU VALOR

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

VALE VALISE

Vala, que vale, que lata, late do vate.
Que saibamos obstruir um olho,
o cão da noite, que recobre a foice escarlate.
É na hora da morte, a sombra sobra aparente
na moita do homem que mente
dentro do que vale, valises inoperantes.
Do antes, o pós,
que entre na fonte aparente
do sempre
relutantemente.
Na dobra florada no ente
que equilibra nos ombros a noite
- sós, nós.

Vale a valise do estro,
armado de facas no seio arfante;
gás inoperante, lontra
quadrada no monte,
fazendo diques de águas de cirros,
cantando versos dentro da noite.

- Vale, valise!

E dentro do dentro um ontem,
caminha circunspecto na mola
assaz rompante.
Dentro do filtro da gente
tornando-se
tromba de chuva fina e fria
cortante,
náutilo viajável - viajante
dos séculos antes.

-Vale, valise, vale!

Entre a noite e outra vale a
valise,
dentro
e constante
cortante
na noite sempre
relutante
fugaz , gás .

- Vale valise,
Vale!

A planície exata
do onde:
Noite
Noite
Noite
Onde?

BRASILEIRO CORRENDO

O ROSTO DO CAPITÃO: SORRISOS VERDES E NÃO VERDE-AMARELOS

É interessante notar o sorriso contínuo de nosso Ronaldinho Gaúcho. Sempre a sorrir. Senão deu uma forma imprevista em face da derrota, pior ainda em face de uma vitória não- convincente.

Quem poderia falar para este jogador que ele deveria sorrir, não quando as câmeras o focalizassem a todo o momento e sim, quando uma genialidade qualquer o faria tecer na trama do campo o gol ou a jogada que poderia ser aquilo que todos dizemos de “genial”.

Há muito que o nosso capitão não edita uma jogada, não corre mais do que os zagueiros adversários para distribuir genialidade aos seus, à torcida que torce por ele. A fonte secou? Ele tem só 25 anos, mas está tão caquético que Pelé, ou mesmo Maradona, acima e muito do peso, ou da idade, lhe dariam um baile.

Há muito que não jogava. Há muito que ele se serve de uma imagem residual que muitos de nós- e o mundo- temos dele: a imagem de alguém que driblaria por driblar mas nunca faria o gol por fazer... estou errado, faria por mais um contrato, com mais merchandising, e mais exposição na mídia.

Está fora de forma. Mas a genialidade supera tudo? Não, sem o mínimo do esforço e da dedicação a parte técnica fica acinzentada pelo aspecto físico. Sem resistência como correr, dar piques, acontecer? O nosso Ronaldinho Gaúcho está em vias de desaprender a jogar pelo mínimo esforço. Esta lei que já tirou outros do gramado, como o caso do eterno contundido, Ronaldo, o dito “Fenômeno”. E não é só: está a ponto de colorir de luto a sua torcida, e não é mudar de time ou de ares que vão lhe dar proximidade ao mito que já foi a pouco tempo. O que resta é um sorriso. Meio amargo, mas sem nenhum sabor. Melhor para as imagens, pior para o futebol, que cada vez mais é mais carregado de burocracia e mesmices.

DUNGA E SUAS VIRTUDES

Não é à toa que o nosso técnico é reconhecido pelas suas virtudes antigas e nadegais. Para quem, é claro, tem um pouco de memória, ou melhor, tenha vivido um pouco o futebol.

Por quê? Pois não se lembram que ele era conhecido pelos carrinhos que dava a torto e a direito? Dizer que jogava com raça é um truísmo desbotado, uma metáfora ao contrário, para dizer que ele era bom com as faltas que fazia e nunca com a perspectiva do gesto maravilhoso do drible. Eis aí o nosso Dunga a dar mais do anti - jogo do que do jogo propriamente dito.

Jogava com raça. Mas outros jogavam com raça e a seguir, nunca nos esqueçamos da técnica. Raça sem técnica é algo a posteriori, sem graça, pobre: é uma coisa sem tempero. Uma briga de cachorros é o que vale sem um método reconhecido. É diferente a briga de rua da briga do boxe... Carne de churrasco sem que tenhamos o sal que faz dela apetitosa. Digam o que fez de apetitoso para os olhos do torcedor a raça de nosso Dunga? Carne de segunda com gostos de terceira, enfim uma churrasco sem alma e sem carne...

Falar: ninguém pode negar que como comentador de futebol nosso Dunga era bom. Mas falar é uma coisa e jogar é outra. E ser técnico outra coisa mais longe, ainda.

Dunga nunca foi técnico de time algum. Hoje, da Seleção Brasileira. Quem o pôs ali? Você do Corinthians? Do Flamengo? Do Cruzeiro? Do Grêmio? Do Vitória? Não, nós não o pusemos lá. E como ele se atreve a convocar gente que só pensa nos dividendos da imagem, porque jogar, nada?

Dunga é um dos culpados pelo fiasco dessa nossa seleção canarinho na Olimpíada. E tem o aval dos senhores da CBF, também culpados( mais ainda o todo-poderoso-Ricardo Teixeira...). De canário nada mais do que sombras esta seleção lembra. Camisas que já tiveram jogadores a defendê – la como Jairzinho, Zico, Gérson, Tostão, Leônidas, Zizinho, Sócrates... E nunca nos esqueçamos de Garrincha e de Pelé. Quem poderia ser citado como técnico? O mestre Telê Santana, é claro! E que diferença perder do modo com que perdeu a seleção de 1982, para a Itália de Paolo Rossi, em comparação à esta seleção, de encontrões e ofertas para clubes milionários, este de 2008, perdendo para “nuestros hermanitos”, nas Olimpíadas.

Dunga, você tem razão a ficar estático à beira do gramado. Sem poder entrar com o que restava da honra basta agora o gutural - “ Não!!”-, dito sem nenhuma câmera a atendê-lo... Ou não entender porque ele e justo ele não deveria estaria ali. Sem gols, sem carrinho, e , agora, sem medalha de ouro olímpica. Melhor, com a de bronze - sempre ela no peito sem coração dos nossos jogadores.