sexta-feira, 18 de junho de 2010

A PERDA

Sem permanecer
como ondas  de alguma coisa à sombra, escorre na noite,
na hora enfadonha, e correm da palavra como o cruzeiro do dia amanhecendo.

Os caras sem sombra de dúvidas
estão cautelosos: os roubos  aos olhos
nascem torpeidos à beira das cagalhadas ebúrneas.
Sobram viseiras na saciedade pluralista desigual em séculos.

Sem mais, sentir, encontre ovos cozidos na secura,
no mar de sargaços, no sal amargo, no sol tentáculo
do dia anterior
ao anterior
do anterior.

Em uma ilha de náufragos compre:
-a solução aquosa cheia de dermes, encontrando
casuais corais, na chuva de metais pesados
em Portugal
e em outras plagas
do planeta.

E parta da península para o mundo,
ausente de noivas,
porque uma só resolveria
a pedreira alegórica
dos trombados em
uma carteira de cegueiras novas.

Antes de se tornar o ócio,
esquema, levantamento topográfico
da perda de um  Saramago,
minhas olheiras...

HOJE MORREU UM HOMEM QUE TEVE A CORAGEM DE SER ELE MESMO.
JOSÉ SARAMAGO, O MAGO DAS PALAVRAS SEM FRONTEIRAS.

Rosto de alguém que me esqueceu

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O que há por dentro

MILHARES DE MILHÕES

dentre os
milhões de poetas
e poetisas
há a sombra
enfática
na brisa

dentre
os milhões de poetas
e
poetisas
há o sol
que obtura
de quem
se
celebraliza

dos
milhões de poetas
e
poetisas
há algo
ou
alguém
que
jaz
oculto
por
sobrepalizas

dentre os milhões
de poetas
e
poetisas
há alguém
noturno
sem
ser
soturno
ou de riscas

dentre os
milhões
de poetas
e
poetisas
há aquele
ou aquela
com
orgulho
que
me

mudo e
me
martiriza