segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

MINHA INDIGNAÇÃO





            
Minha indignação começa bem cedo. Sou professor e tenho que ler as notícias, ficar bem informado. Leio as revistas e jornais  e não paro de pensar o que está acontecendo neste país. Lá estão nas notícias veiculadas sobre as mais variadas redes de corrupção, do lodo, e do lamaçal em que o Brasil está submerso, ou boiando com dificuldade.  Leio que corrupção  mais poder constituem os pilares em que está erigida nossa política. Esta equação resolve os equacionamentos desses que se dizem representantes do povo. A Política deveria ser a arte constitutiva para gerir bem as coisas públicas. Em nosso país, gente inescrupulosa serve-se da política  para satisfazer fomes e sedes infinitas e baixas, para abocanhar o máximo possível, para satisfazer os apetites mais profanos, confluindo para a corrupção ativa e passiva.

Ainda estamos sob a influência desonesta de pessoas, delinquentes que fazem o mau uso da máquina estatal para  usos descabidos, particular, para o uso constante do dinheiro da saúde, educação, moradia, transporte, segurança e facilitar “amigos e amigos de amigos”. Certamente o povo brasileiro é culpado por ter os políticos que estão no poder. Afinal, eles, os políticos e seus asseclas,  não nascem de geração espontânea: provêm do povo, quer se queira dizer isso, ou e mesmo se não se queira dizer tal coisa- é do povo que provêm estes que dilapidam o erário público e tomam para si partes, fatias, senão  todo componente do Estado brasileiro, propriedade do povo  de quem são, ou deveriam ser os seus  representantes.

A despolitização no país decorre  de uma visão destorcida do que seja  a política, seus meios e seus fins. Nada mais louvável do que a democracia, onde se elegem representantes para os cargos, seja em nível municipal, estadual ou federal, porém é notório o descompromisso e omissão daqueles que votam  em seus representantes. Parece-me que não querem saber o que fazem os políticos. E a indignação é algo como uma contrariedade apenas, abafada pelo conjunto da obra iníqua dos políticos. Pode ser muito mais fácil colocar num balaio de gatos todos estes representantes que só se apresentam aos seus fins particulares.  O povo não tem uma forma prática de fiscalizar estes que subtraem os próprios que os levaram às escalas de poder. Ouvimos então as queixas, sem, no entanto, ter maneiras práticas de fiscalização mais eficientes. Talvez esta seja a tática para fazer com que tudo se dilua em meio tons a fim de não podermos dizer com certeza que a política deveria algo norteadora de nossos destinos, alguma coisa decente, alguma coisa muito útil e assim, nos desmotiva e nós lançamos mão de fiscalizá-la e participar dela, deixando isso para os “profissionais do ramo”.

O voto ainda é uma arma e o discernimento louvável. Mesmos que seja de certa forma  uma maneira incipiente, pois as campanhas eleitorais valerão apenas para quem tiver mais bala na agulha, ou seja, dinheiro para financiar a campanha política, ou mesmo quem seja focado pelos que detém o poder da circulação das informações- ou seja: pelo poder e  lentes da mídia.
Ainda as eleições se pautam pelo uso indiscriminado do poder do dinheiro e da máquina estatal. Não se concebe uma eleição onde o candidato se eleja somente pelas boas ideias e qualquer bom instinto que possa ter, e sim,  pela quantia empregada na eleição e que depois deverá ser repassada já com o seu cargo público para a conta em débito dos brasileiros  e brasileiras.

Não há vergonha em usar o cargo público e as mordomias que podem advir do seu status com o poder. Negociatas,  troca de favores, corrupção - tudo é aceito sem parcimônia pelos nossos políticos. Coisas como honra, retidão, economia, palavra, honestidade, são coisas supérfluas e defasadas. Coisa de “idealista”, podem dizer eles  nos seus gabinetes com ar condicionado.

O poder é  algo que nutre um feitiço poderoso. Quer se conhecer alguém no seu íntimo? Dê poder  a ele e você verá quem realmente ele é. Os políticos brasileiros, grande parte deles, são mesquinhos e particularistas. Têm geralmente interesses tacanhos  envoltos em nuvens de suspeitas. Se não fosse assim não precisariam ganhar tanto e onerar tanto o pobre contribuinte e eleitor do país. Falo daqueles que estão ganhando o salário mínimo, ou melhor, daqueles que esperam nas filas do INSS e dos postos de saúde em frangalhos, que acordam às 4 horas da manhã para pegar quatro conduções e ao  final do dia são espoliados e vilipendiados pela propaganda enganosa desses seus representantes, que se apresentam sempre sorridentes, com seus jetons e suas parcelas em negociatas multimilionárias e suas “ajudas infinitas de custo”. Mas o que é mais claro e evidente é que legislando em  causa própria,  esquecem-se  quem são de onde vieram e o que deveriam  fazer a anos-luz de distância da realidade opressora em que vivem boa parte dos brasileiros e brasileiras.

Fica notório isso com algo que  aconteceu  recentemente com o ex-presidente Lula ao sair de sua ex-morada oficial em Brasília, quando do término do seu  mandato de Presidente da Nação: ele saiu  carregando treze caminhões de mudança para levar o máximo do que poderia sacar de uma casa que é propriedade do povo brasileiro. Isto é apropriação indevida de algo que não lhe pertencia. Ao contrário do bom senso, ele Lula pensa assim como  outros políticos que o Estado Brasileiro é deles única e exclusivamente para seu único, exclusivo  e escuso proveito particular. O povo? Ora, o povo vote alienado, sobreviva e  trabalhe cansado  e que pague suas  contas calado!