quarta-feira, 12 de maio de 2010

ALGUM DIA

A alegria de entender além da linguagem.
Além de premissas, verdadeiras ou fáceis.
Esperar carregar em tempo de chuva
A tua face que órbita as chamas da
tranquilidade,
Respeitando as metas do destino
Como ervas afáveis e lembranças.

Me lembro de você carregando árvores e
a altura das pedras
Que nasceram dos teus olhos.

Não te disse algo,
Mas compreendo que você navegava as vestes da brancura,
No limiar do sono.

Roubamos maçãs de outro dono, velho que sabia naufragar.

Então no teu mar eu tive sono.

E restaurei os livros dos antes e dos depois,
mais ainda da emissão de gastos,
Que presenteou – se circunavegando
Os transtornos.

Meu pai
Acolheu – me na época fecunda.
Minha mãe me pôs no colo.

Minha mulher me fez cantar.

E eu, mesmo molhado pela chuva,

Me atirei nos precipícios.

Sobras que esperavam. Cacos de aço.
Agora subo
Entre as estrelas,
Carregando comigo a ternura
De quem
Foi algum dia
Vivo.