quinta-feira, 15 de julho de 2010

Medindo depois das portas-para Yndiara

Meço no infinito
o rubro som dos despidos
na glória em que estive.
Formalizo uma parte de você nos sons
do mundo.
Calço os sapatos nas mão e abro a porta
das situações incontáveis
do teu amor.

Cada Pedaço



Duas metades inteiras que se completam.
Que não precisam de palavras, apenas do bater do coração um do outro
Da cumplicidade do olhar
Da intimidade do toque.
Te vejo além do teu corpo, amo a tua alma inteira
E se um dia ela estiver em pedaços, me traz
que eu colo, cada pedaço, um por um e te faço inteiro de novo.

Yndiara Macedo é contista de Itatiba, e se aventura no mundo da poesia por inspirações nestorianas... Foi premiada no Mapa Cultural Paulista em 2010, com o conto: A morte do funcionário público.

PEQUENOS MUNDOS

                                   PEQUENOS MUNDOS - GUACHE SOBRE PAPEL-2002

6 VEZES

Os cães ladraram
3 vezes, respondi 5.
Rezei contradito 1000 anos
e anoiteci sorrindo 6 vezes.

Aos quartos pálidos dos
décimos dos santos da lua nova,
percentuei 300 soldados na batalha ganha.
Esqueci minha conduta pela metade,
no meu primeiro caso hediondo,
ou nono-quem sabe?
e anoiteci sorrindo 6 vezes.

Odiei 70 vezes 7, quase 800.
Aprendi na primeira vez nas saídas
e rasguei meu corpo inteiro em
meia dúzia de mortos.
Rompi com as igrejas dos 9 dígitos.
Ignorei a conta dos infinitivos
do verbos apocalípticos,
nas segundas-feiras ou terças, plurais,
contribuo com os ritos 15 centelhas verdes
e anoiteci sorrindo 6 vezes.

Acordei na vida zerando karmas, calvices,
os duvidosos entes da terceira ou quarta geração.
Perdi as noções dos olhos nas sessões anônimas.
Na soma dos 9, menos 11, igual a 2 dedos,
recobri a razão dos sonhos próprios perdidos,
no infinito descanso às 26 horas, sigo,
e anoiteci sorrindo 6 vezes.