sábado, 16 de agosto de 2008

EU FAÇO CHOVER CÃES NO CÉU DE ABRIL




Corpo pleno de estações,
planura em incorporações,
sinto no vago uma determinação acústica:
cavalos alados que não obraram dentes,
pelegos ausentes de reuniões aduncas.
Carrego matilhas em cães de sono,
Que me norteiam meu abandono e os guarda-chuvas.
Estou transitando no centro da venança,
que nasce da borrasca virtuosa de frio de hoje.
Da plena mocidade que costumo contar.
Estou cantando o rumor de meses,
na questão dúbia do final dos dias,
na sedição cruenta da cruzmaltina,
na amplidão comprida dos assassinos vezes.
Estou falhando o rumor de anos.
No quadrante da lua sei correr do fogo,
onde as mostras pesam como casulos ombros,
que anunciavam os meus treze patrões caolhos.
No lago, embora desmanchem,
nas mesmíssimas estações das chuvas,
dos cachorros voando no fundo dos obesos.

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