domingo, 17 de agosto de 2008

BICICLETA

Parece uma volta no ar rarefeito. Perfeito em seu pique exato. Meticulosamente desejoso de ser naturalmente uma jogada única. Plástica, que recebeu o nome de um aparato comum: bicicleta. Mais matemática do que jogada de bola. Que nada: bicicleta, não. Nada de mecanismos inexatos, sem rodas mas como chute na hora exata do silencioso do estádio, na suspeição reconfortada. Este futebol rouba os olhares acesos da torcida que precisa entender a jogada, como fogo saindo do chão em busca do toque na bola no signo de ares. Ideal. Para além da busca inútil da chaleira. Ou do drible inútil que Denílson faz como poeira decalcando aos pés. Diamante Negro, o velho Leônidas da Silva, recorda sua jogada entre a fila de jogadores que nunca ousaram fazer uma bicicleta. E se ri disso, lembrando – se. O jogador voa e recebe - se a si mesmo para acontecer. Os outros olham e a torcida vibra acesa. O gol nasce de um chute no ar do estádio congelado. E este vem abaixo, por permanecer intacto...

Um comentário:

lecturae vergilianae disse...

Obrigado pela visita no anedota. Visitarei sempre su blog a partir de agora.
Colocarei seu endereço no meu blog para que possa ter mais visitas.
Obrigado,
Um forte abraço,
Luciano