Sorrir é
próprio de quando não há mais palavras.
Nesta cena e
nestas chagas acesas,
corroendo a
noite toda e todas as suas estrelas,
mãe e filha
desistem, cansadas, de entender.
Foram
concluindo colisões e procuras,
sentindo a
convulsão da multidão ordinária,
sorrindo de
mais nada e de tudo e de nada,
pois poucos
absurdos testemunham a manhã.
Agora é
noite. Estrelas naufragantes gritam,
rompem os
lacres dos rostos desinfinitos.
-Mãe e filha
desistem de procuras,
e fitam a
vida como cães a uma rua de urina.
Notificando,
os carros nomeiam a opressão,
e concorrem
aos prêmios desorientando
o chão
andarilhando a refundação de tudo,
na canção do
auxílio sem qualquer canção ou auxílio.
Na mãe e na filha, no uso comum dos corpos,
afundam antes
de nascerem olhos, visão.
No rio
imundo, carros passam sem vê-las;
tateiam profundamente
ocupados em não as ter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário