Minha palavra cabe na mão de uma criança,
ela repetitivamente sorri dos outros
que não a conhecem, ou não a conheceram ainda.
Mortos todos os homens moucos e as janelas estilhaçadas de
mármore,
ela, criança, corre
das tvs que a perseguem com cem rodas,
cem pétalas,
cem perfumes,
vendidos na contramão.
O tráfego
reorganizando as trilhas
acompanha os passos da criança,
que não chora,
sorri demais da vida, feliz.
Busca no centro da cidade em ruínas
algo do mundo esquecido.
E, ha...-,se lembra de minha palavra, em sua pequena palma
de mão fechada.
Pandora, ao
contrário, distribui a todos, os
cansados,
os macilentos, os agonizantes, vivos e mortos, esquecidos e
pedantes
um pouco de cada sílaba, fonema, de cada rosa
encharcada de hálito e céus,
enjaulada pelo tempo e pela violenta dor
dos templos explodidos.
E na manhã que se seguiu,
a criança oferece da palma, da palavra frutífera a
todos. Alimentados, renovados, correm,
então,
em minha direção.
NESTOR LAMPROS
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