Minha indignação começa bem cedo. Sou professor e tenho que ler
as notícias, ficar bem informado. Leio as revistas e jornais e não paro de pensar o que está acontecendo
neste país. Lá estão nas notícias veiculadas sobre as mais variadas redes de
corrupção, do lodo, e do lamaçal em que o Brasil está submerso, ou boiando com
dificuldade. Leio que corrupção mais poder constituem os pilares em que está
erigida nossa política. Esta equação resolve os equacionamentos desses que se
dizem representantes do povo. A Política deveria ser a arte constitutiva para
gerir bem as coisas públicas. Em nosso país, gente inescrupulosa serve-se da
política para satisfazer fomes e sedes
infinitas e baixas, para abocanhar o máximo possível, para satisfazer os
apetites mais profanos, confluindo para a corrupção ativa e passiva.
Ainda estamos sob a influência desonesta de pessoas, delinquentes
que fazem o mau uso da máquina estatal para
usos descabidos, particular, para o uso constante do dinheiro da saúde,
educação, moradia, transporte, segurança e facilitar “amigos e amigos de amigos”.
Certamente o povo brasileiro é culpado por ter os políticos que estão no poder.
Afinal, eles, os políticos e seus asseclas,
não nascem de geração espontânea: provêm do povo, quer se queira dizer
isso, ou e mesmo se não se queira dizer tal coisa- é do povo que provêm estes
que dilapidam o erário público e tomam para si partes, fatias, senão todo componente do Estado brasileiro, propriedade
do povo de quem são, ou deveriam ser os
seus representantes.
A despolitização no país decorre de uma visão destorcida do que seja a política, seus meios e seus fins. Nada mais
louvável do que a democracia, onde se elegem representantes para os cargos,
seja em nível municipal, estadual ou federal, porém é notório o descompromisso
e omissão daqueles que votam em seus
representantes. Parece-me que não querem saber o que fazem os políticos. E a
indignação é algo como uma contrariedade apenas, abafada pelo conjunto da obra
iníqua dos políticos. Pode ser muito mais fácil colocar num balaio de gatos
todos estes representantes que só se apresentam aos seus fins particulares. O povo não tem uma forma prática de fiscalizar
estes que subtraem os próprios que os levaram às escalas de poder. Ouvimos
então as queixas, sem, no entanto, ter maneiras práticas de fiscalização mais
eficientes. Talvez esta seja a tática para fazer com que tudo se dilua em meio
tons a fim de não podermos dizer com certeza que a política deveria algo
norteadora de nossos destinos, alguma coisa decente, alguma coisa muito útil e
assim, nos desmotiva e nós lançamos mão de fiscalizá-la e participar dela, deixando
isso para os “profissionais do ramo”.
O voto ainda é uma arma e o discernimento louvável. Mesmos
que seja de certa forma uma maneira
incipiente, pois as campanhas eleitorais valerão apenas para quem tiver mais
bala na agulha, ou seja, dinheiro para financiar a campanha política, ou mesmo
quem seja focado pelos que detém o poder da circulação das informações- ou
seja: pelo poder e lentes da mídia.
Ainda as eleições se pautam pelo uso indiscriminado do poder
do dinheiro e da máquina estatal. Não se concebe uma eleição onde o candidato
se eleja somente pelas boas ideias e qualquer bom instinto que possa ter, e sim,
pela quantia empregada na eleição e que
depois deverá ser repassada já com o seu cargo público para a conta em débito dos
brasileiros e brasileiras.
Não há vergonha em usar o cargo público e as mordomias que
podem advir do seu status com o poder. Negociatas, troca de favores, corrupção - tudo é aceito
sem parcimônia pelos nossos políticos. Coisas como honra, retidão, economia, palavra,
honestidade, são coisas supérfluas e defasadas. Coisa de “idealista”, podem dizer
eles nos seus gabinetes com ar
condicionado.
O poder é algo que
nutre um feitiço poderoso. Quer se conhecer alguém no seu íntimo? Dê poder a ele e você verá quem realmente ele é. Os
políticos brasileiros, grande parte deles, são mesquinhos e particularistas.
Têm geralmente interesses tacanhos envoltos
em nuvens de suspeitas. Se não fosse assim não precisariam ganhar tanto e
onerar tanto o pobre contribuinte e eleitor do país. Falo daqueles que estão
ganhando o salário mínimo, ou melhor, daqueles que esperam nas filas do INSS e
dos postos de saúde em frangalhos, que acordam às 4 horas da manhã para pegar
quatro conduções e ao final do dia são espoliados
e vilipendiados pela propaganda enganosa desses seus representantes, que se
apresentam sempre sorridentes, com seus jetons e suas parcelas em negociatas
multimilionárias e suas “ajudas infinitas de custo”. Mas o que é mais claro e
evidente é que legislando em causa própria,
esquecem-se quem são de onde vieram e o que deveriam fazer a anos-luz de distância da realidade
opressora em que vivem boa parte dos brasileiros e brasileiras.
Fica notório isso com algo que aconteceu
recentemente com o ex-presidente Lula ao sair de sua ex-morada oficial
em Brasília, quando do término do seu mandato de Presidente da Nação: ele saiu carregando treze caminhões de mudança para
levar o máximo do que poderia sacar de uma casa que é propriedade do povo
brasileiro. Isto é apropriação indevida de algo que não lhe pertencia. Ao
contrário do bom senso, ele Lula pensa assim como outros políticos que o Estado Brasileiro é
deles única e exclusivamente para seu único, exclusivo e escuso proveito particular. O povo? Ora, o
povo vote alienado, sobreviva e trabalhe
cansado e que pague suas contas calado!
Um comentário:
O voto ainda é nossa melhor arma e como temos que gritar e seguir gritando isso, beijos Nestor, um bom retorno de Carnaval a ti e sempre carinho.
Carmen
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