Mesmo
alquebrado,
Com a boca em chamas
Uivando
da noite grande,
O
orixá pega o meu primeiro filho
E mandou
– o para as cavernas de Ninrode.
Depois
Iemanjá canta da vida na água
E
faz do coro de seu nome azul, o vento
Que
descarrega as palmas das mãos em brancuras solenes.
Negra, negra como a noite
Como a vida de Sunamita.
Como o portal de Elifaz...
Esta
negra que rega as plantas com seus olhos negros,
E
como negra refaz no seu corpo
Minhas
esculturas nas alturas das areias...
Noite, noite
Que se transfigura
As sobras em chuvas dos orixás.
Xangô,
quis retumbar os raios nos batuques de amanhã.
E
então a beleza negra deu um sorriso e chamou-me na amplidão.
Reconhecendo
o seu tempero
Na
medida exata de minha fome intensa
Em
amá-la com atenção, carne, e visões.
Negra, negra, como a noite
Que manhã nascerá na tua chuva
Ao amanhecer, na penumbra insegura?
Negra,
noite, noites , enlaçadas
Quem
te criou ontem?
Saíste
do reino do xadrezes
E
venceste a complexa
Partitura
De
tuas vestes multicolores
Dos
brancos peões, bispos e rainhas
Dos
mates sem direções?
Negra, negra como a noite
Te procuro
Sou o dia do seu amanhã!
E tua consumação- à noite
Na noite que orvalhara carne
Sem aflitos ou aflições
Nos reinos de vidro de Iansã...
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