quarta-feira, 27 de agosto de 2008

DUNGA E SUAS VIRTUDES

Não é à toa que o nosso técnico é reconhecido pelas suas virtudes antigas e nadegais. Para quem, é claro, tem um pouco de memória, ou melhor, tenha vivido um pouco o futebol.

Por quê? Pois não se lembram que ele era conhecido pelos carrinhos que dava a torto e a direito? Dizer que jogava com raça é um truísmo desbotado, uma metáfora ao contrário, para dizer que ele era bom com as faltas que fazia e nunca com a perspectiva do gesto maravilhoso do drible. Eis aí o nosso Dunga a dar mais do anti - jogo do que do jogo propriamente dito.

Jogava com raça. Mas outros jogavam com raça e a seguir, nunca nos esqueçamos da técnica. Raça sem técnica é algo a posteriori, sem graça, pobre: é uma coisa sem tempero. Uma briga de cachorros é o que vale sem um método reconhecido. É diferente a briga de rua da briga do boxe... Carne de churrasco sem que tenhamos o sal que faz dela apetitosa. Digam o que fez de apetitoso para os olhos do torcedor a raça de nosso Dunga? Carne de segunda com gostos de terceira, enfim uma churrasco sem alma e sem carne...

Falar: ninguém pode negar que como comentador de futebol nosso Dunga era bom. Mas falar é uma coisa e jogar é outra. E ser técnico outra coisa mais longe, ainda.

Dunga nunca foi técnico de time algum. Hoje, da Seleção Brasileira. Quem o pôs ali? Você do Corinthians? Do Flamengo? Do Cruzeiro? Do Grêmio? Do Vitória? Não, nós não o pusemos lá. E como ele se atreve a convocar gente que só pensa nos dividendos da imagem, porque jogar, nada?

Dunga é um dos culpados pelo fiasco dessa nossa seleção canarinho na Olimpíada. E tem o aval dos senhores da CBF, também culpados( mais ainda o todo-poderoso-Ricardo Teixeira...). De canário nada mais do que sombras esta seleção lembra. Camisas que já tiveram jogadores a defendê – la como Jairzinho, Zico, Gérson, Tostão, Leônidas, Zizinho, Sócrates... E nunca nos esqueçamos de Garrincha e de Pelé. Quem poderia ser citado como técnico? O mestre Telê Santana, é claro! E que diferença perder do modo com que perdeu a seleção de 1982, para a Itália de Paolo Rossi, em comparação à esta seleção, de encontrões e ofertas para clubes milionários, este de 2008, perdendo para “nuestros hermanitos”, nas Olimpíadas.

Dunga, você tem razão a ficar estático à beira do gramado. Sem poder entrar com o que restava da honra basta agora o gutural - “ Não!!”-, dito sem nenhuma câmera a atendê-lo... Ou não entender porque ele e justo ele não deveria estaria ali. Sem gols, sem carrinho, e , agora, sem medalha de ouro olímpica. Melhor, com a de bronze - sempre ela no peito sem coração dos nossos jogadores.

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