-Vou te arrebentar a cara! Você
vai ver a inclusão social bem de perto naquela maca! Você que correu, agora
permaneça fiel à minha mão na tua cara. Depois de ver tudo bem de perto, para
parar de almejar coisa, desses que querem parecer “bonzinhos”- seu bosta! Ainda quer que a
gente faça de você mártir? Não, não vamos- não ! Vai te catar! Vai permanecer
calado! Cala tua boca! Se falar vai expelir os dentes que te sobraram. Vai ver
avião entrando pelo rabo, cara! Vai te danar... Nós te arrebentamos porque a
vida se aborreceu! Tá olhando o quê? Vai te catar! (cusparada na cara mais
chutes e pontapés).
A ambulância pega-o e leva-o para
o hospital.
Uma semana depois:
O professor de muletas e bandagem
vai trabalhar em meio às dores, hematomas e contusões, precisa trabalhar com o
final da greve.
Na sua aula um aluno revida uma observação
do professor por ele, aluno, não ter
feito a lição. Ainda por cima respondeu de forma agressiva, chutando a carteira.
No mesmo dia, a reunião de pais e
mestres.
O pai do aluno se aproxima e
pergunta pela nota vermelha em “comportamento”.
O pai, o mesmo que chutou, bateu,
cuspiu no rosto do professor. Disse-lhe que era uma injustiça por ele ter dado
uma nota tão baixa em “comportamento na sala de aula” já que ele tinha tido uma
educação exemplar.
O professor começa a rir, tem um
ataque de riso e passou mal.
Não morreu das pancadas nem das
bordoadas. Mas da ironia social e educacional do comportamento da vida com o
magistério e os professores.
Nestor Lampros
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