fundei cidades
escondi o sangue nascido do gesto
sem querer nasci na onda cara de uma casa entre nogueirais
sem perceber sorri na noite envolta de penas azuis
socorro do amor entre
sentenças
na noção de flutuar pelas caveiras
sorri
sorri das reentrâncias das mulheres maduras
naturais em somas e acrósticos
romboedros em face da vida que é morte entre palavras sem
escorrerem
e voar?
corram-me!
fundei cidades
na mesma noite
dos olhos
mortos pela
abundância amena
como vozes
saídas entre
os lábios
vento entre os dentes
na pasta
e arma
recarregável
de cem tiros
-fundei cidades
sorrindo
e reprimi os poemas
morri
na soma dos ventres
sorrindo
dos amantes
estéreis
secos
foscos
sobrantes
e
ocos
fundei-me
e me desfiz
tocos de fogueiras
enterrados
na areia
em dívidas
e dúvidas
-dividido
e
ainda
sorrindo
sobrou
isto
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