quinta-feira, 26 de julho de 2012

SORRISO FUNDANTE





fundei cidades
escondi o sangue nascido do gesto
sem querer nasci na onda cara de uma casa entre nogueirais
sem perceber sorri na noite envolta de penas azuis
socorro do amor entre  sentenças
na noção de flutuar pelas caveiras
sorri

sorri das reentrâncias das mulheres maduras
naturais em somas e acrósticos

romboedros em face da vida que é morte entre palavras sem escorrerem

e voar?
corram-me!
 fundei cidades
na mesma noite
dos olhos
mortos pela
abundância amena

como vozes
saídas entre
os lábios

vento entre os dentes

na pasta
e arma
recarregável
de cem  tiros

-fundei cidades
sorrindo
e reprimi os poemas

morri
na soma dos ventres
sorrindo
dos amantes
estéreis
secos
foscos
sobrantes
e
ocos

fundei-me
e me desfiz
tocos de fogueiras
enterrados
na areia

em dívidas
e dúvidas

-dividido
e
ainda
sorrindo

sobrou
 isto

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