domingo, 27 de novembro de 2011

POEMA AO POETA JOSÉ GERALDO NERES


ao neres em sua ampulheta cinza-mediúnica correlata quando xangô voou-e eu vi

I
em seu reino – devedor de agendor/xangô-rompeu
a porta clara   de clarezas prenhes   desculpas em sua porta   em sua porta sem aberturas
sem portas de portais inaugurando a face rubra mais face que  a escura lua dúbia
esta   quase nenhuma porta já se encontra    encosto do corpo   chave do mundo
e suas aberturas de machadíases duplas

nascendo ao merecer na porta escura da dupla fórmula madura
na rua em que  a casa inspirou –se - lhe  em curvas  - trevas
em sua mão dupla em seu nome-nenhum- de neres

II
todos     nascimentos planos em um cão
como cobra

como o cão  ainda urdido em suas luvas   -poetando neres   - nenhum de nós as veste

(cobra)todos procurando uma fresta  quase reta quase única
quase

plurais aumentos


se viu a porta em nenhuma situação    com a força renascida


com a força das entradas   tragadas pelo uso
de pedradas em pedradas

morto a cobra custa
renascendências em cães argutos

III
raios  podem e pedem ao negro xangô:
“voando entre mil  milmilicos
entremeados em  muitos porões
cotejando re- nerentes  re-  neres  re- nereu
em seu  real  re- vértice
a si   ― para sempre      o seu  rei
sou  eu ”    

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