O que significam as aulas de HQ, mangá e desenho na vida de meus alunos para mim

Tenho que lhes dizer que o curso de HQs tradicionais, mangás e desenho, com  a experiência  conquistada numa longa trajetória rende muito, mesmo. Quer seja na experiência como arte-educador, como para comprovar a esperança nos seres humanos em suas visões do mundo para estes jovens e adultos a quem leciono.

Bem da verdade é surpreendente quando um aluno entende as condições em que a aula apresenta-se. Estabelecendo conexões sobre a matéria dada e o que prefigura aquilo que ocorre na aula e com ele mesmo, na sua vida íntima.

O notável também é a repercussão em vidas que nunca imaginaram o que poderia representar um curso de  desenho. O curso apresenta-se como algo que facilita, muitas vezes, a leitura de um mundo, o visual.  Não para fazer-lhes ver o que não podem, e sim, para fazer – lhes notar o possível em suas vidas

Para mim circunavegar neste mar de comunhão entre a vida das HQs e mangás e a vida dos alunos, sendo professor,é uma coisa que só pode e deve ser abordada entre isso que muitos consideram imiscível; ou seja, não misturáveis ( vida e HQs): o interesse  de conhecer o mundo dos quadrinhos entre o mundo que vivemos. O cinema é outra fonte suscitada   nas aulas. Outra, a literatura. O cinema que faz, a gora, sua apropriação dos quadrinhos para dar-lhes  vida nos moldes de Hollywood- muitos efeitos mas pouco conteúdo.

Tudo retorna às origens, digo às cavernas. Lá está a pintura rupestre, lá está a leitura de um mundo reaprendido. Lá está a gênese dos quadrinhos e do cinema.

Nas aulas que os alunos acompanham, transformamos o tempo  e espaço aonde transitam a história das artes visuais. Nunca esquecendo que foram feitos humanos por homens e mulheres que tiveram seus medos, defeitos e virtudes. Assim,  como foram, certamente,  os alunos de todos  os tempos, de todas as tribos, e épocas da história da humanidade, e depois, os mestres de todas as épocas.

O espaço de aventurarem-se no mundo das linhas e da tinta sobre papel revela, incita, e propaga a ideia de que estamos livres para navegar neste mar que costeia a realidade e que não é simplismente realidade,  mas linguagem:  formas de conceber o mundo, as pessoas, suas relações, e nossas vidas. Em liberdade, na atuação solidária entre seres humanos para conquistar a autonomia em todos os campos da vida, para a solução dos problemas que temos, infelizmente, vários e muitos ainda. A solução através das artes de navegarmos juntos neste planeta, Terra, pertencente a todos, todos nós, mestres, alunos, terráqueos acima de tudo: amantes dos mundos dos quadrinhos e do mangá.

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