sexta-feira, 18 de junho de 2010

A PERDA

Sem permanecer
como ondas  de alguma coisa à sombra, escorre na noite,
na hora enfadonha, e correm da palavra como o cruzeiro do dia amanhecendo.

Os caras sem sombra de dúvidas
estão cautelosos: os roubos  aos olhos
nascem torpeidos à beira das cagalhadas ebúrneas.
Sobram viseiras na saciedade pluralista desigual em séculos.

Sem mais, sentir, encontre ovos cozidos na secura,
no mar de sargaços, no sal amargo, no sol tentáculo
do dia anterior
ao anterior
do anterior.

Em uma ilha de náufragos compre:
-a solução aquosa cheia de dermes, encontrando
casuais corais, na chuva de metais pesados
em Portugal
e em outras plagas
do planeta.

E parta da península para o mundo,
ausente de noivas,
porque uma só resolveria
a pedreira alegórica
dos trombados em
uma carteira de cegueiras novas.

Antes de se tornar o ócio,
esquema, levantamento topográfico
da perda de um  Saramago,
minhas olheiras...

HOJE MORREU UM HOMEM QUE TEVE A CORAGEM DE SER ELE MESMO.
JOSÉ SARAMAGO, O MAGO DAS PALAVRAS SEM FRONTEIRAS.

Um comentário:

carmen silvia presotto disse...

Nestor, parabéns, emocionante este Poema Homenagem!!!

Um beijo amigo e carinhoso.

Carmen Silvia Presotto