Talvez o grande público ainda não tenha ouvido falar a respeito do poeta Nestor Lampros. Nós aqui de Atibaia, que temos o privilégio e a satisfação de conviver com ele, conhecemos o seu talento lírico há muito tempo. Em nossa cidade, poesia e Nestor Lampros são praticamente sinônimos e, embora ele seja ainda jovem, pode-se dizer que já é um veterano do verso, pois os escreve há mais de vinte anos.
O estro poético de Nestor Lampros prima pela originalidade. Esqueça toda poesia que você já leu. Mesmo em Rimbaud, Apollinaire e Walt Whitman, onde sentimos a cada instante uma lufada de ar fresco e original, se comparados ao brasileiro, temos a impressão de que estamos apenas diante de uma brisa da tarde. Nestor é um tufão lírico. Aqui, as referências são outras e, para compreender a pujança e riqueza de seus versos, é preciso despir humildemente todo e qualquer preconceito com relação ao novo. Pois a poesia de Nestor Lampros é isso, uma avalanche de criatividade, ligações inusitadas e imagens extravagantes, muitas vezes, beirando a genialidade. Dotados de uma beleza extraordinária e incomum, os seus versos pulsam, agitam-se, fremem de vida e desconcertam o leitor a tal ponto, que este se vê completamente subjugado, absorto, contemplativo. Além disso, uma outra qualidade vem se unir ao seu engenho de artista, que é o ofício laborioso e incansável em busca da perfeição. Obcecado pela forma exata, Nestor martela seus versos até que fiquem como deseja. Ninguém se encaixa tão bem quanto ele à imagem do poeta forjando versos, criada por João Cabral. Apaixonado pelos livros, estudioso, artista premiado, se ainda Nestor Lampros pertence apenas aos atibaienses, em breve será um patrimônio de todo o Brasil.
José Antônio Martino é poeta e contista premiado em vários concursos. É romancista e pesquisador literário.
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