(presto anguloso)
Deixo a música de ontem para o amanhã.
Minha vida é a velocidade que teima em ser uma curva que baixa
para sessenta KM por microsegundos.
Estou prestes a naufragar nas horas exatas do meu
dia-a-dia e viver com os que desenharam a minha palma
da mão nos acidentes rupestres de ALTAMIRA.
Morro tomando água de Tapies, com gases nobres, dentro de
um banheiro fechado e contrário, da cera quente, da massa de veludo de Beuys;
estou mais aquém do nada, preso em meu labirinto,
incluso na sorte de uma vinha no Ébro, no Cáucaso, na Bretanha.
De carnes: sou desigual. Aumento as filigranas no antanho.
Latas e papéis avulsos me preparam o nome novo,
saído de um forno subatômico.
(molto grave)
Surto
NO MICROONDAS DE UM CURRAL EM Marte.
Vivo ou morto, um desgaste
(não sabem estes marcianos, zoolátricos, mas nasci
em Vênus e meu ascendente é a Terra
azul de onde nunca viemos...). Tristes,
carregamos os maxilares de nossos velhos.
Cansados, obteremos circunstancias erradas
de onde nunca estivemos.
No frio, nos lagos, queimando a mão
com tinta de pedra - lazuli,
ou de magmas acanhados
predicando nossa sonolência
inscrita nos narizes enfadonhos,
de um ser de nome terrível
- que me chamo.
(com brio)
( apago a chama, veio
o estranho
e concluímos
no minarete,
o segundo foguete
para além de minha
powerrância...)...
(finale)
Soturno e envolto em minha pele de zebra verde, jazo algo;
Haroldo por demais xadrez de estrelas.
E no cimo duvidoso do mundo mando buscar minha fórmula,
para perseguir a estranha fatura dos olhos, que nasceram–dilacerados– entre
eu e as orelhas esquerdas lacrimogêneas
que precisarão
renascerem de novo,
músicas, vertigens.
Ou esta mesmíssima manhã
de sufocos, esta que o vento leva e clareia,
nas minhas mesmíssimas celas de areia.
Poema classificado para a final do Mapa Cultural Paulista, que se realizará em 2010.
Um comentário:
Nestor, querido Poeta, não resisti e bloguei no Vidráguas, mais uma vez Parabéns e sempreSucesso!!!
Carmen Silvia Presotto
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