sexta-feira, 11 de setembro de 2009

FIM DA PROCURA

Anoitece
Finda o dia
Mais melancolia?

Os muros tecem feridas
O mundo nasceu em sua forma desigual
Uns nadam e ouro e flertam pérolas
Outros abocanham a carne das trevas

Estou sozinho
Vem este alerta: de onde as pessoas
Guardam tanto rancor?
E por que navegam e falhas antes de verem
O amanhecer?

Subtraio das minhas canções formas avulsas
E novas formas imaturas
No ambiente sem dentes
Procuro consagras a novidade dos meninos
Feito estrelas cadentes.
Era algo vindo de longe
E não importunando os corações que jazem sangrando


Era a novidade das alturas
Uma profusão de ondas de alegria
Em que eu procurava
Sempre nos dias antes das chuvas

Era alguma coisa presente
Que me quedava propriamente sem socorro
Feno aromático dos campos em Liége

Ou o branco da noite em Cingapura

Quando dissipou a imensa névoa
Tocou-me mais decisivamente aquele nome
Depois de nadar todos os mares
E percorrer todas as terras

E isto que tanto almejava era sua presença
Entre camurça e dourado
Entre dias e noites
Entre penas de pavão e ornamentos intransponíveis

Era você- o fim de minhas procuras

E a hora de tecer-me entre outras vestes
Na alegria, na tristeza, na forma radiante de uma manhã
Que se levanta
E despido de erros
Simplesmente acontece

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